O Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte (CBMRN), em parceria com Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (SOBRASA), por meio da campanha “Piscina + Segura”, reforça o alerta para a prevenção de afogamentos, em especial o de crianças. Neste final de semana, uma criança se afogou em uma piscina em um condomínio localizado em Natal. A criança foi socorrida e passa bem.
A ideia da Campanha é que, com cinco medidas simples, os índice de afogamento em piscinas possam ser reduzidos. No Brasil, o afogamento é a segunda causa de morte em crianças de um a nove anos de idade e a terceira entre 10 e 19 anos. A Campanha Piscina Mais Segura foi criada com o objetivo de aumentar a segurança em piscinas e assim reduzir o número óbitos e incidentes, uma vez que elas são responsáveis por 53% de todos os casos de óbitos por afogamento na faixa de um a nove anos de idade.
O capitão Natanael Avelino, comandante do Grupamento de Busca e Salvamento, explica que a Campanha + Segura pretende conscientizar os pais sobre a necessidade de garantir a segurança dos filhos em piscinas públicas e residenciais. “As piscinas são a segunda causa de morte entre crianças de 1 a 9 anos no Brasil. É como se, a cada quatro dias, uma criança morresse afogada. No verão, o intervalo cai para dois dias. O objetivo é vacinar as piscinas contra o afogamento”, alerta o capitão Avelino.
Segundo ele, o número de afogamentos é mais alto nas praias, mas não se pode subestimar os riscos nas piscinas. “Na praia, as pessoas tomam muito mais cuidado com os filhos. E os guarda-vidas são qualificados, o que não acontece em todas as piscinas. Com cinco medidas simples, pode-se evitar 95% dos afogamentos”, garante. O afogamento em piscinas ocorre, na maioria das vezes, de forma inesperada, sempre em situações de lazer e pouquíssimos cogitam a sua possibilidade trágica.
No Rio Grande do Norte, ainda não há piscina que possua a certificação de “Piscina + Segura”. “Não existe legislação que obrigue a certificação dessas piscinas, mas são medidas simples que podem salvar vidas”. Após atender os cinco passos, o proprietário da piscina pode solicitar uma vistoria do Corpo de Bombeiros Militar e de representantes da Sobrasa que forneceram o Selo Piscina + Segura. “Essa é uma ação que será reforçada agora no veraneio, mas que deve ser permanente”.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), quatro crianças até 14 anos morrem afogadas diariamente no Brasil. As estatísticas mostram que 65% dos afogamentos ocorrem ao redor do domicilio e 50% das crianças que morreram afogadas foram vistas minutos antes circulando dentro ou ao redor de casa. O Corpo de Bombeiros alerta a população para ter cuidado ao entrar em lagoas, cachoeiras, piscina e rio. “O cuidado com as crianças deve ser algo coletivo, a sociedade tem que ajudar a zelar pelos pequenos. Um minuto de distração pode provocar uma tragédia”.
A prevenção deve ser constante inclusive no caso de piscinas próprias para crianças. É um erro imaginar que é necessário um grande volume de água para que haja o afogamento. Uma quantidade pequena de água pode ser a causa de afogamento, pois geralmente ele acontece muito rápido e de forma silenciosa. Em caso de emergência, acione o Corpo de Bombeiros Militar pelo telefone 193.
Cinco passos para garantir a diversão
Atenção
Preste sempre atenção aos seus filhos na piscina e mantenha-os à distância de um braço, mesmo com a presença de um guarda-vidas.
Guarda-vidas
Cobre a presença permanente de um guarda-vidas em piscinas coletivas. Embora a profissão ainda não seja reconhecida, há requisitos mínimos que podem ser exigidos do profissional, como cursos de prevenção e socorro aquático.
Urgência ao agir
Aprenda como agir em emergências aquáticas. Se não souber nadar, não tente salvar a criança. O uso de cilindro de oxigênio é restrito ao guarda-vidas e deve estar em local visível e à disposição na área da piscina.
Acesso restrito
Restrinja a presença de crianças em piscinas residenciais com o uso de grades ou cercas, instaladas a uma altura que as impeça de entrarem na área sem estarem acompanhadas de um adulto.
Sucção controlada
Use ralos antissucção e meios de interrupção da bomba da piscina. Para clubes, hotéis e condomínios, a orientação da Sobrasa é adotar sempre ralos antiaprisionamento e um sistema de desligamento da bomba.
Alguns números sobre mortes em piscina
90% dos óbitos por afogamento ocorrem em água doce (piscinas, parques aquáticos, represas e rios)
53% dos afogamentos de crianças entre 1 e 9 anos ocorrem em piscinas
2º lugar é a posição que o afogamento em piscinas ocupa no ranking dos óbitos de crianças brasileiras entre 1 e 9 anos
95% dos casos poderiam ser evitados, segundo a Sobrasa, se os pais seguissem os cinco passos que a associação propõe.