O prefeito de São Gonçalo do Amarante, município onde está a grande obra do Aeroporto Aluizio Alves, não economiza argumentos para sustentar sua confiança naquele empreendimento que Ceará e Pernambuco também desejam – o centro de conexões da empresa aérea Latam.
Em primeiro lugar, sustenta que a decisão será absolutamente técnica, pois o grupo administra outras concessões públicas e não vai ceder a argumentos de ordem política e brigar com bancadas federais expressivas.
Segundo o prefeito Jaime Calado, há três fatores determinantes para uma tomada de decisão do grupo Latam: 1) Infraestrutura; 2) Custos e 3) Segurança jurídica.
Sobre a variável infraestrutura o prefeito de São Gonçalo do Amarante já não tem qualquer dúvida: o Rio Grande do Norte está bem na frente dos concorrentes.
Quanto ao fator custos há três itens que o Ceará e Pernambuco não podem oferecer: o ISS de São Gonçalo de 2% (concedido em lei), o ICMS que o governo do Estado baixou em todas as áreas que a legislação permite e a redução do preço do querosene de aviação a partir de abril do próximo ano. Eis, portanto, os incentivos que Ceará e Pernambuco não podem oferecer, principalmente em função de complicações com a Lei de Responsabilidade Fiscal e o combustível de aviação, que responde entre 40% e 60% pelos custos dos voos.
Traduzindo: quanto à competitividade de custos, importante critério de decisão estabelecido pelo grupo Latam para a implantação do hub, o Aeroporto Aluizio Alves assume posição de destaque em relação aos concorrentes.
Quanto ao aspecto da segurança jurídica do empreendimento, outro diferencial que conta a favor do Rio Grande do Norte é o aeroporto privado. E administrado pela Inframérica, parceira da Latam no Brasil (Brasília), em Santiago do Chile e em mais outros seis países.
Outro fundamental diferencial é o Plano Diretor do vizinho município, inteiramente integrado com o plano de expansão do Aeroporto Aluizio Alves.
Plano Diretor que suporta ampliação do equipamento para receber até 70 milhões de passageiros/ano.
Ressalte-se que o estudo contratado pela Latam estimou que o hub movimente a partir de 2018, 2 milhões de passageiros adicionais por ano, em 24 aeronaves operadas diariamente em simultâneo (entre 2.500 a 3 mil passageiros na hora-pico).
Em 2038, esse número de passageiros deverá chegar a 3,2 milhões por ano, em 36 aeronaves operadas diariamente (mais de 4 mil passageiros na hora-pico).
Calado não tem qualquer dúvida sobre o nível de satisfação dos critérios analisados pelos consultores em todas as etapas do processo do estudo. Os técnicos sabem que o Aeroporto Aluizio Alves terá condições de acomodar os voos e passageiros estimados, “com bom nível de serviço e eficiência e potencial de expansão de longo prazo”.
Além da capacidade de expansão da pista para o padrão internacional de 40 movimentos por hora. Se houver necessidade, porque a capacidade declarada da atual pista atende à demanda prevista para o hub da Latam até 2038.
Originalmente publicado no NOVO JORNAL, edição de 24/10/2015.